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2012 - Livro Vermelho 2013

Dyckia maritima Baker EN

Informações da avaliação de risco de extinção


Data: 06-02-2012

Criterio: B2ab(iii,iv)

Avaliador: Miguel d'Avila de Moraes

Revisor: Tainan Messina

Analista(s) de Dados: CNCFlora

Analista(s) SIG:

Especialista(s):


Justificativa

Dyckia maritima Baker é endêmica do Brasil e ocorre exclusivamente nos Estados de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul. A espécie é rupícola, heliófita ou de luz difusa e seletiva xerófita, muito frequente nos costões rochosos do litoral, bem como nas rochas areníticas ao sul de Santa Catarina e ao leste do Rio Grande do Sul. Apesar de sua ampla distribuição (EOO=44.642,84 km²) e de formar densos agrupamentos de rosetas, ocupa uma área (AOO ) de apenas 100 km². A formação do reservatório do AHE Barra Grande (RS/SC) provocou a submersão de remanescentes de indivíduos da espécie na área alagada, contribuindo para a redução da variabilidade genética de suas populações. Além disso, atividades relacionadas à agricultura de subsistência e criação de gado vêm causando o declínio contínuo da qualidade do hábitat. Foram identificadas duas situações de ameaça de acordo com a presença ou ausência de áreas protegidas. Assim, D. maritima foi avaliada como "Em perigo" (EN).

Taxonomia atual

Atenção: as informações de taxonomia atuais podem ser diferentes das da data da avaliação.

Nome válido: Dyckia maritima Baker;

Família: Bromeliaceae

Sinônimos:

  • > Prionophyllum maritimum ;

Mapa de ocorrência

- Ver metodologia

Informações sobre a espécie


Dados populacionais

Silva (1994) menciona que a espécie é abundante no Parque Estadual de Itapuã, formando grandes touceiras. Waldemar (1998) afirma que nos rochedos próximos a Laguna dos Patos (RS), ocorrem densos agrupamentos da espécie.

Distribuição

A espécie ocorre na Mata Atlântica, exclusivamente no Estado do Rio Grande do Sul (Forzza et al., 2011).

Ecologia

Dyckia maritima é uma bromélia terrestre,ornamental e provida de numerosas folhas dispostas em roseta, com flores amarelo-alaranjadas arranjadas em uma inflorescência de 1-2,5 m de altura (Silva et al., 2008).Waldemar (1998) classificou a forma de vida da espécie como caméfita rosetada. O mesmo autor afirma que a espécie possui crescimento clonal.Reitz (1983) afirma que D. maritima é uma das maiores bromélias.Reitz (1983) afirma que a espécie é rupícola heliófita ou de luz difusa e seletiva xerófita, muito frequente nos costões rochosos do litoral, bem como nas rochas areníticas ao sul de Santa Catarina e ao leste do Rio Grande do Sul. Silva (1994) afirma que no interior da mata a espécie atinge proporções impressionantes, dividindo espaços com imensas colônias de Bromelia antiacantha. D. maritima é espécie indicadora de turfeira (fisionomia com presença predominante de musgos do gênero Sphagnum, caraterística em áreas úmidas, mal drenadas, contendo restos vegetais em variados graus de decomposição) que representam áreas bem conservadas (LEI Nº 14.675, de 13 de abril de 2009). Waldemar (1998) afirma que a colonização das ilhas de vegetação no Parque Estadual de Itapuã por D. maritima se dão após o aparecimento de liquéns (etapa 1), Campylopus (etapa 2), sendo então a etapa 3, enquanto o solo ainda se encontra xerofítico. A colonização por D. maritima torna o solo mesofítico e propicio para o estabelecimento de várias outras espécies. De acordo com o mesmo autor, Corteritermes silvestrii (cupins) vivem em associação com D. maritima estabelecendo uma relação de mutualismo (31,2% ou 15 das ilhas colonizadas por D. maritima).

Ameaças

1.4.6 Dam
Detalhes A formação do reservatório do AHE Barra Grande (RS/SC) provocou a submersão de remanescentes de indivíduos da espécie na área a ser alagada, contribuindo para a redução da variabilidade genética de suas populações (Medeiros; Cavalcanti, 2007).

1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Detalhes Silva (1994) cita que o Parque sofre com o impacto de atividades clandestinas de invasores para lazer. Ainda menciona que ameaças passadas que atingiram o ambiente estão relacionadas com a exploração de pedreiras, até então não totalmente eliminada. Para finalizar o autor ressalta a presença de várias propriedades privadas nos limites do Parque que causam danos graves a fauna e a flora com agricultura de subsistência e criação de gado.

Ações de conservação

1.2.1.3 Sub-national level
Situação: on going
Observações: A espécie foi considerada "Vulnerável" (VU na Lista vermelha da flora do Rio Grande do Sul (CONSEMA-RS, 2002).

5.7 Ex situ conservation actions
Situação: on going
Observações: Medeiros; Cavalcanti (2007) citam o projeto de resgate de germoplasma da espécie nas áreas de influência do reservatório do AHE Barra Grande (RS/SC) para conservação ex situ.Silva et al. (2008) desenvolveram protocolo de micropropagação de sementes in vitro e indução de gemas da espécie. No experimento, os autores obtiveram 100% de taxa de germinação e 90% de sobrevivência dos clones.

4.4 Protected areas
Situação: on going
Observações: Ocorre no Parque Estadual de Itapuã (RS)

1.2.1.3 Sub-national level
Situação: on going
Observações: A LEI Nº 14.675, de 13 de abril de 2009, confere proteção as áreas de turfeiras, consideradas áreas com presença da espécie.

Usos

Referências

- MARTINELLI, G.; VIEIRA, C. M.; LEITMAN, P. ET AL. Bromeliaceae. In: STEHMANN, J. R.; FORZZA, R. C.; SALINO, A. ET AL. Plantas da Floresta Atlântica. p.186, 2009.

- FORZZA, R. C.; COSTA, A. SIQUEIRA FILHO, J. A. ET AL. Dyckia in Lista de Espécies da Flora do Brasil, Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponivel em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2011/FB006046>. Acesso em: 01 de Fevereiro de 2011.

- SILVA, J. C. DA. Bromélias do Rio Grande do Sul - I, o Parque Estadual de Itapuã. Bromélia, v. 1, n. 2, p. 19-23, 1994.

- SILVA, A. L. L. DA; FRANCO, E. T. H.; DORNELLE, E. B. ET AL. Micropropagação de Dyckia maritima Baker ? Bromeliaceae. Iheringia, v. 63, n. 1, p. 135-138, 2008.

- CELSO COPSTEIN WALDEMAR. A Vegetação Rupestre Heliófila do Parque Estadual de Itapuã, Viamão - RS. Dissertação de Mestrado. Porto Alegre, RS: Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 1998.

- REITZ, R. Bromeliáceas, e a malária - Bromélia Endêmica. 1983. 559 p.

- MEDEIROS, M. B. DE; CAVALCANTI, T. B. Resgate de Germoplasma Vegetal de Espécies-Alvo na Área de Influência do Aproveitamento Hidrelétrico Barra Grande (RS, SC)., Brasília, DF, p.45, 2007.

- WALDEMAR, C. C.; IRGANG, B. E. A Ocorrência do Mutualismo Facultativo entre Dyckia maritima Backer (Bromeliaceae) e o Cupim Cortaritermes silvestrii (Holmgren), Nasutitermitinae, em Afloramentos Rochosos no Parque Estadual de Itapuã, Viamão, RS. Acta botânica brasileira, v. 17, n. 1, p. 37-48, 2003.

- ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE SANTA CATARINA. Institui o Código Estadual do Meio Ambiente e estabelece outras providências, LEI Nº 14.675, de 13 de abril de 2009, 2009.

- CONSELHO ESTADUAL DO MEIO AMBIENTE, RIO GRANDE DO SUL. Decreto estadual CONSEMA n. 42.099 de 31 de dezembro de 2002. Declara as espécies da flora nativa ameaçadas de extinção no estado do Rio Grande do Sul e da outras providências, Palácio Piratini, Porto Alegre, Rio Grande do Sul, 31 dez. 2002, 2002.

Como citar

CNCFlora. Dyckia maritima in Lista Vermelha da flora brasileira versão 2012.2 Centro Nacional de Conservação da Flora. Disponível em <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Dyckia maritima>. Acesso em .


Última edição por CNCFlora em 06/02/2012 - 17:41:54